quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Saúde animal: Toxocara spp.

O Toxocara canis é a espécie mais importante de Ascaris encontrada nos cães. De modo geral, são encontrados no intestino delgado, expulsando periodicamente ovos pelas fezes dos animais. Uma vez no ambiente, seus ovos podem permanecer infectantes por meses, e o ciclo se reinicia quando um cão os ingere. No intestino a larva do parasito se libera, podendo chegar, por meio da circulação sangüínea, ao fígado e pulmões, atingindo os capilares dos alvéolos. No pulmão a larva chega à traquéia sendo expulsa e novamente deglutida, voltando ao intestino onde atinge a maturidade. Nas fêmeas grávidas as larvas encistadas, sofrem reativação durante a gestação e lactação, sendo transmitidas para os filhotes pela placenta (98%) ou pelo leite materno (1,5%). -Vale lembrar que a toxocaríase é uma zoonose e nos seres humanos acometidos costuma haver migração errática das larvas para o fígado e pulmões, e de forma menos freqüente, para os rins, cérebro e olhos, o que pode acarretar em várias complicações, inclusive, neurológicas e visuais. O termo Toxocaríase é empregado na infecção do hospedeiro humano, entre outros, por Toxocara canis e Toxocara cati. Ambos são ascarídeos nematóides cujos hospedeiros definitivos são o cão e o gato. Toxocara canis foi definitivamente estabelecido como o principal agente etiológico da Síndrome da Larva Migrans Visceral, atualmente mais conhecida como Toxocaríase Humana. As fontes de infecção para os seres humanos são, principalmente, os cães e gatos infectados pelo helminto Toxocara canis e T. cati, respectivamente. Estes parasitas são altamente prevalentes no mundo inteiro em animais domiciliados, semi-domiciliados ou mesmo os errantes. Nesses animais a infecção se apresenta com maior freqüência entre os filhotes, devendo-se principalmente à sua característica de transmissão transplacentária e transmamária. Portanto, considera-se que a presença de uma ninhada numa residência é um importante fator de risco na transmissão da doença para seres humanos. Umas das vias de transmissão da doença é a ingestão de ovos infectantes diretamente por meio do contato com o animal infectado ou, indiretamente, por meio de mãos ou objetos contaminados com ovos. Cabe ainda salientar a grande quantidade de ovos eliminados pela fêmea do parasito (em torno de 200.000 ovos/dia), podendo cada filhote albergar dezenas dessas fêmeas. A existência de grandes concentrações de ovos no meio ambiente, somada à grande resistência desses ovos a fatores climáticos hostis, garante a viabilidade dos ovos no ambiente por vários anos em temperaturas entre 15°C e 35°C. O tratamento anti-helmíntico em cadelas e gatas durante a gestação é efetivo para prevenir a migração larval transplacentária, e assim, reduzir o índice de filhotes parasitados já ao nascer. Deste modo, reduz-se também a contaminação ambiental, o que contribui para um controle mais efetivo do plantel. Para tanto, diferentes medicamentos foram testados, dentre eles o Fenbendazole, a Doramectina e a Ivermectina, para controle estratégico de Toxocara canis durante a gestação em cadelas.
Informe-se com o seu veterinário.

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